Fotografia, música, colagem, grafite, pintura, desenhos, muita arte para todos os tipos de conceitos, este é o Mural

TABERNA

Na Casa

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CRIOLO APOIA LUTA INDÍGENA
Revista Forum
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* CURRAL DE BICICLETAS
Território do Lápis
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* FRASE - OBAMA 
Postagem: Fernando Machado
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* O PAJÉ DA BAIXADA
 Revista Piauí
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*Morreu uma celebridade que ninguém
conhecia e outros mitos sobre a grande mídia
 por Felipe Tazzo
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*FOTOJORNALISMO
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Criolo vai até o norte do Brasil apoiar luta 
indígena contra construção de hidrelétrica


 A usina hidrelétrica de São Luiz, considerada a “nova Belo Monte”, ainda está no papel, mas o povo Munduruku promete resistência caso a construção realmente se inicie. A terra onde será construída a usina é considerada sagrada, é dela que eles sobrevivem e onde habitaram seus antepassados

O cantor e compositor Criolo publicou uma foto em seu Facebook, na tarde de segunda-feira (11) se solidarizando a luta do povo Munduruku contra a construção da usina hidrelétrica de São Luiz, no rio Tapajós, no Pará.
Criolo escreveu que os indígenas lutam para “floresta não virar cemitério alagado e rio vivo não virar lago morto”.

“Lutam pra salvar seu rio, nosso rio que é lindo, que é vida. Lutam pra salvar a floresta, nossa floresta que nem temos ideia do quanto é gigante e linda e o quanto já foi devastada. Lutam pra floresta não virar cemitério alagado e rio vivo não virar lago morto. Lutam por seu povo e pela sua, nossa história ancestral”, postou o músico.

Os Mundurukus habitam uma área de 1.780 km², quase 20% maior do que o município de São Paulo, que ainda não foi regulamentada pelo Governo Federal. A hidrelétrica vai afetar diretamente as vidas das famílias que habitam a região.
A terra que a futura usina vai ocupar é sagrada para o povo Munduruku, é dela que eles sobrevivem e onde habitaram os seus antepassados. Os indígenas já prometeram resistência caso a apelidada de “Nova Belo Monte” saia do papel.


A usina São Luiz pode gerar 4.012 MW dos 206.000 MW que o Brasil necessita implantar. Em contrapartida a nova hidrelétrica vai alagar 40% da floresta amazônica. Em abril o Ibama suspendeu o licenciamento da usina com base no licenciamento da Funai que dizia que a construção de São Luiz traria “impactos irreversíveis” para os povos que habitam a região.

*Postagem: Revista Forum
*Imagem: Reprodução


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CURRAL DE BICICLETAS

 O que arruína um escritor não é a falta de leitores, o mercado literário, as redes sociais, o ressentimento entre os pares, os editores, nem qualquer outra coisa que esteja exterior a ele. A única coisa que arruína um escritor é sua expectativa. Entramos no ringue no nono round, já perdendo por pontos e na iminência de sofrer um nocaute.

Ter consciência disso é o único modo de se manter intacto, coeso, obsessivo, trabalhando. Este é o segredo e não há outro. Querer que o mundo corresponda às suas altas expectativas é o primeiro passo para a profissionalização da neurose. O escritor só pode exigir paridade de expectativas à única coisa que depende dele: o texto literário.

Tudo o mais é consequência. Uma frase bem escrita, reta, luminosa e imprevisível como um relâmpago (ainda não atingi algo assim) é uma força ética que modifica o homem (ou a mulher) que a escreve. Essa é uma das metas possíveis: escrever para melhorar a si mesmo, claro, com a ambição de que, um dia, essa mesma frase modifique algum outro.

Mas se não acontecer, não importa: um dia a morte perdoará tanto nossa ambição quanto toda e qualquer suposta negligência alheia, jogando tudo no esquecimento.

*Imagem: Reprodução



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“Livre-se dos bajuladores. 
Mantenha por perto pessoas que te avisam quando você erra.” 
Barack Obama


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O PAJÉ DA BAIXADA

Promessa de cura para 680 males

Tobi Itaúna vestiu-se a caráter para ir às comemorações do Dia do Índio, no penúltimo domingo de abril. Chegou ao Parque Lage, na Zona Sul do Rio de Janeiro, com saiote de palha e cocar na cabeça. Rosto redondo pintado, tórax coberto apenas por colares, o amazonense de 67 anos e longos cabelos negros circulava à vontade pelo parque, como um peixe dentro d’água, atendendo aos pedidos de foto. Homens e mulheres de uma dúzia de etnias diferentes marcavam presença no evento, também frequentado por crianças, muitas garotas tatuadas e alguns rapazes de barba.

Dono de uma loja de ervas na Baixada Fluminense, Itaúna se apresenta como pajé e diz ser capaz de tratar mais de 680 males – inclusive alguns que acometem cachorros e outros animais de estimação, embora os humanos componham a maioria dos seus fregueses. Naquela manhã, dava consultas-relâmpago em sua farmácia improvisada sobre uma lona preta, estendida no chão.

Uma adolescente acompanhada do namorado queria saber o que o índio indicava para tosse. “Óleo de copaíba”, respondeu prontamente, “e xarope.”
E assim foi durante todo o domingo. Era impossível encontrar moléstia que o pajé não pudesse curar. A uma senhora com manchas na pele, Itaúna prescreveu o uso de sabão de raspa de juá, uma árvore típica do Nordeste. Um homem se queixou de insônia e saiu com uma das 44 ervas acondicionadas em recipientes plásticos que Itaúna levara ao parque. Aos fregueses também eram indicadas garrafadas, medicamentos líquidos feitos à base de raízes e ervas. Uma das mais vendidas era a Garrafada de 32 Raízes, que custava 20 reais.

“São 32 raízes para 32 males. Doença do fígado, do estômago, fraqueza de memória, dos nervos, fraqueza sexual, pressão alta, pressão baixa”, enumerou Itaúna, arrancando risos dos que lhe perguntavam a finalidade da beberagem. Recitava os mesmos males quando pediam informações sobre o Guaraná Tônico – mistura em pó que custava 10 reais –, ou sobre o Cura Tudo, um preparado líquido de 25 reais.

“A Garrafada de 32 Raízes, o Guaraná Tônico e o Cura Tudo são a mesma coisa. Servem para as mesmas doenças, mas recomendo cada um de acordo com o freguês. Não vou receitar um produto de 25 reais para quem só tem condições de pagar 10. É uma questão de marketing”, explicou o pajé, com um sorriso no rosto.

Além de critérios sociais, na hora dos negócios Itaúna leva em consideração a fé do cliente. O Banho de Sete Ervas, por exemplo – aconselhado para as mais variadas enfermidades, tanto do corpo quanto da alma –, só é eficaz se a pessoa se empenhar espiritualmente. “Em três quartas-feiras, você toma banho com as ervas. Depois, num sábado, vai a uma cachoeira ou praia e reza um Pai-Nosso e uma Ave-Maria para os povos dos mares”, orientou o curandeiro a uma mulher que passava por problemas sentimentais. “Se não der certo, você vai precisar de uma garrafada específica. Aí você liga para marcar comigo, em casa ou na loja.” E entregou um panfleto, que chamava de cartão, com os números de quatro celulares, um deles já desatualizado.

Oervanário Toca do Pajé Tobi fica em Guapimirim, a uma hora e meia de ônibus do Centro do Rio. A cidade, erguida num local onde antes havia um povoado indígena, hoje abriga 55 mil almas. Para encontrar o estabelecimento, basta seguir os cartazes com uma fotomontagem em que Tobi Itaúna aparece debraços cruzados e expressão séria, indiferente a uma cobra que parece ameaçá-lo.

Na tarde seguinte à da sua visita ao Parque Lage, Itaúna lavava um carro na frente da loja, vestindo roupas “civis” – camiseta regata desbotada e bermuda cargo presa por um cinto de fivela de caubói. O curandeiro diz ter nascido numa aldeia indígena no Norte do país, de localização incerta. Num dia explicou que vinha de Manaus; dias depois, da longínqua São Gabriel da Cachoeira. Cerca de 850 quilômetros separam uma localidade da outra. Seus pais, contou, foram obrigados a abandonar a aldeia, expulsos por posseiros, quando ele tinha apenas 5 anos de idade.

Sua etnia é igualmente enigmática. Ele se apresenta como “tupi-guarani” – que é na verdade uma família linguística, e não um grupo étnico específico. A antropóloga Bruna Franchetto, professora do Museu Nacional, explicou, contudo, que se tornou comum, nos últimos anos, indivíduos de origem indígena se reconhecerem pela língua que falam. “Por causa de diferentes histórias particulares, como a de índios que perderam seu território e seu ponto de referência, alguns acabam identificando suas etnias pelo nome da família linguística.”

A Toca do Pajé ocupa um espaço exíguo, de aparência limpa e organizada. O lugar é escuro, iluminado por pálidas lâmpadas fluorescentes. O balcão principal tem uma vitrine em parte trincada, onde estão à mostra anéis, cordões e outros acessórios indígenas. Nos fundos, um cômodo praticamente vazio serve de “consultório” para Tobi Itaúna receber seus pacientes.

No meio da tarde, uma cliente que parecia ter pressa procurou o pajé. Portava uma lista de compras anotada num papel de caderno. Entre outras coisas, queria levar pimenta-da-costa – especiaria usada em rituais do candomblé e da umbanda. Itaúna tinha o produto, mas a freguesa se assustou ao ver o preço: 20 reais. O susto passou rápido, depois que o pajé esclareceu: “Esse preço aí não é o verdadeiro. Minha mulher colocou a etiqueta para ninguém comprar. Na verdade, sai por 5 reais.”

De religião evangélica, a mulher de Itaúna reprova o comércio de produtos voltados para os cultos afro-brasileiros. Questionei se não era estranho que um pajé tivesse casado com uma evangélica e vendesse, além de poções indígenas, itens para rituais do candomblé e da umbanda. O curandeiro aspirou o cachimbo e soltou uma nuvem de fumaça, antes de responder. “Não posso deixar um cliente insatisfeito. E preciso me sustentar. É como se eu fosse uma boia, que flutua sobre as águas junto com o movimento do mar”, esclareceu, enquanto imitava com os braços o balanço das ondas. 

*Postagem: Revista Piauí


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“queridinhos da mídia”

Morreu uma celebridade que ninguém
conhecia e outros mitos sobre a grande mídia



Por Felipe Tazzo

Faleceram em 19 de junho de 2015 um rapaz chamado Cristiano Araújo e sua namorada num trágico acidente de carro, daqueles que existem aos milhares no Brasil. Uma tragédia horrível, assim como é a morte de qualquer outra pessoa. Não existe morte justificada, certo?

Seus amigos ficaram aterrados, a família em choque e alguns músicos famosos declararam que essa foi uma perda inestimável para as artes, enquanto que o meu círculo mais próximo de rede social se perguntava “quem é esse cara”? Alguns órgãos de imprensa desembestaram a querer serem os pioneiros de uma notícia que eles mal sabiam o que era. E quem era Cristiano Araújo, além de um garotão cheio de energia e sonhos, apaixonado pela namorada, bem quisto pelos amigos e família?

Bom, ele era líder de uma legião de fãs que eu e aqueles tais órgãos de imprensa nunca havíamos ouvido falar.
Pobres de nós, que ficamos aturdidos com o volume de informação que existe por aí.

Mas mais pobres ainda porque pensamos que o mundo se acaba no limite do meu facebook, o meu umbigo virtual.
Cristiano Araújo era um cantor de sertanejo em ascensão (aparentemente), e que não era querido da “grande mídia”, uma coleta de meia dúzia de órgãos de imprensa que pertencem a dois ou talvez três grupos de mídia que a gente acha que é o que é de mais importante no Brasil e ponto final, dane-se o resto dessa gentinha que circula por aí.

Seguiu-se um pequeno debate de que havia quem estava no grupo dos consumidores de cultura e quem era povão. Ai, jisuis, apaga a luiz…

Ainda não entrou na cabeça de ninguém que este cara estava construindo a carreira dele dentro de um segmento de música brasileira que não tem nada a ver com, bem, nada a ver com nada. Segmentos de mercado são análises de grupos de interesse desvinculados de qualquer preceito ideológico. Esta reportagem aqui resvala levemente na questão, mas polariza o Brasil em “a turma da MPB” e “a turma do sertanejo”, que é um clichê grotesco, porque torna todos os 205 milhões de habitantes do Brasil em “eles” e “nós”. Ou, ainda pior “quem está incluso na cultura” e “quem não está incluso na cultura”.

Eu sei, eu sei, sempre haverá a Gestalt para nos explicar que o ser humano agrupa os elementos ao seu redor da maneira mais cômoda e econômica o possível. Mas a mesma Gestalt nos explica que o todo não é apenas a soma de suas partes. De onde eu faço uma inversão filosófica que deveria ser crime de tão ruim para argumentar que o público consumidor de cultura não é apenas a soma dos que gostam do que eu gosto e os que não gostam do que eu gosto.

Ou melhor, não é a soma dos “queridinhos da mídia” e os “underground”. Ou a soma de quem está dentro mais a de quem está fora.
Um público consumidor de artes no Brasil é composto de 206 milhões de brasileiros. Cabe ao artista identificar através das características do público consumidor, que é uma coisa para lá de básica da publicidade e marketing, quem é o seu público alvo ideal e aprender a dialogar e interagir com esse público. E aos poucos criar uma base de fãs que dê respaldo para a produção artística.

Se o critério da entender essa reportagem sobre a morte de Cristiano Araújo (e portanto, a sua carreira) é o fato de que o artista está aparecendo na Globo ou não, isso, como vimos, polariza a questão entre “quem está dentro” e “quem está fora”. E se as duas únicas opções da vida são fora e dentro, logo, carreira artística só pode ter dois status: sucesso e fracasso.
Estar na Globo não é medida de sucesso necessariamente. Eu consigo citar de cabeça ao menos 10 grupos musicais que lembro de ter assistido no Programa do Jô, do qual você não ouviria falar hoje.

Ao mesmo tempo, curto bandas que nunca apareceram na televisão.
Houve um tempo em que encontrar o seu público era apenas uma questão de sorte ou de volumes pornográficos de dinheiro. Empresas que lançam um produto no mercado ainda pensam assim. Basta fazer uma pesquisa e identificar que o público preferencial daquele produto são mulheres das classes B e C na faixa dos 20 aos 30 anos com escolaridade no ensino médio, etc, etc.
Hoje o próprio facebook pode fazer isso. E o Cristiano Araújo, em certa medida fez e com muito sucesso, já que na página dele havia mais de 6 milhões de seguidores. Só que eu e você não estávamos lá. Claro que não, não somos o público alvo preferencial dele. Não somos consumidores da arte dele. O que ele tinha eram 6 milhões dos seguidores certos!

Quando a imprensa percebeu que ele tinha seu público cativo e era relevante para muitas pessoas, aí foi que decidiram que valia a pena virar notícia. Vai acontecer com você também, garanto. O lance de ter público e virar notícia e não o falecimento, que fique bem explicado!

O mundo é grande. Tem público para todo mundo por aí, não importa o quão exótica, densa ou inovadora seja sua proposta artística. Vai lá buscar.

E para de assistir Globo, ô meu!



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FOTOJORNALISMO

Eleitor desprezando Aécio, foto foi capa de vários jornais do Brasil 

OS MELHORES DO BRASIL

 Senhora fantasiada no Carnaval de Belo Horizonte

Uma IMAGEM diz tudo, é fato.


 Menino espera comida em cima de fogão a lenha; retratos do Bolsa Família

O livro O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro 2015, chega às ruas e jornal mineiro tem destaque.

Por Natália Oliveira

As imagens relacionadas a temas diversos, foram feitas durante coberturas para a publicação diária do periodico


O registros diários de cinco fotojornalistas do jornal O TEMPO ganharam as páginas do livro: O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro na edição de 2015. As imagens relacionadas a temas diversos, foram feitas durante coberturas para a publicação diária do periódico. No livro há informações sobre os jornalistas e o contexto de cada uma das 114 imagens escolhidas de profissionais de todo Brasil.
O fotógrafo Douglas Magno teve duas imagens impressas na publicação. A primeira é um registro detalhado do rosto pintado de um torcedor do Brasil durante a Copa do Mundo do ano passado. 
Já a segunda é uma das imagens mais difundidas nas redes sociais e divulgadas por vários jornais do pais. Durante a campanha eleitoral, um eleitor estende a mão para Aécio Neves e quando o político vai cumprimenta-lo, ele faz com o dedo que não.

João Godinho também teve uma foto relacionada a futebol impressa nas páginas do livro. A imagem mostra o exato momento em que o goleiro Júlio César defende um penalti cobrado por um jogador do Chile. 

Já o registro de Leo Fontes, capta a alegria de uma senhora fantasiada durante o Carnaval de Belo Horizonte.

O fotógrafo Lincon Zarbietti fez um sensível registro de um garoto em cima do fogão de lenha enquanto espera a refeição. A matéria era uma especial sobre as famílias atendidas pelo programa bolsa família. “Extremamente feliz e satisfeito em, no meu primeiro ano como fotojornalista, fazer parte do livro. Só tenho a agradecer a todos que torcem e impulsionam meu trabalho. Vocês, na verdade, impulsionam minha vida”, se alegra Lincon.

O registro da fotógrafa Mariela Guimarães mostra uma das maiores tragédias registradas em Belo Horizonte no ano passado. Um viaduto cai sobre um microônibus e deixou duas pessoas mortas e 19 feridas. O registro da fotógrafa Mariela Guimarães mostra uma das maiores tragédias registradas em Belo Horizonte no ano passado. Um viaduto cai sobre um microônibus e deixou duas pessoas mortas e 19 feridas.


“É uma honra estar pela terceira vez neste livro que representa o melhor do fotojornalismo brasileiro, juntamente com tantos bons fotógrafos mineiros, ressaltando a crescente importância da fotografia em Minas”, afirma Mariela.





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